sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Obrigado David Dinis

Hoje o David Dinis sai do Observador e despede-se dos seus leitores de forma emotiva.

Juntamente com o José Manuel Fernandes e o Diogo Queiroz de Andrade criou um novo meio de comunicação social em Portugal que veio dar uma nova esperança ao jornalismo que muitos diziam moribundo.

É certo que o Observador não descobriu o tão procurado modelo de negócio que dará ao jornalismo a vida eterna, mas foi responsável por uma revolução em Portugal que fez mexer todos os jornais, revistas, rádios e televisões. Até os mais vetustos. O Expresso, por exemplo, sentiu-se acossado e lançou-se na plataformas online com o Expresso Diário, as Newsletters e lavou a cara ao seu site com novo grafismo e novos conteúdos verdadeiramente multimédia.

Muitos foram os meios de comunicação social que criaram novos sites e, atualmente, o meu email está cheio de Newsletters que não existiam antes do Observador nascer.

Ainda há muito a melhorar, mas quero agradecer ao Observador (e ao David Dinis!) por ter agitado o jornalismo e o ter feito acordar para a realidade.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Adeus Cavaco


Chegados ao fim de 2015 o melhor augúrio de que 2016 seria um ano melhor que o precedente era o desaparecimento de Cavaco. Qualquer um que lhe sucedesse só podia ser melhor. Marcelo não seria a minha primeira escolha, mas como diz hoje (na Visão) Ricardo Araújo Pereira "foi eleito há quatro dias e já é o melhor Presidente da República dos últimos 10 anos". E acrescenta: "suceder a Cavaco Silva na presidência é como casar em segundas núpcias com Tina Turner. Depois daquele primeiro marido, qualquer homem é um príncipe".

Não tenho mais nada a dizer...

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O Elogio Do Transporte Público

A autarquia de Lisboa parece estar empenhada em mudar a face da cidade estando a promover um conjunto de obras públicas que vão mudar algumas das praças mais movimentadas e vão dar mais verde à cidade.

Não sei se os objetivos do presidente vão ser atingidos no tempo a que se propõem (2017), mas é louvável a ideia de retirar lugares de estacionamento dando primazia aos passeios mais largos, às faixas para transportes públicos, às ciclovias e às árvores, muitas árvores.

As nossas cidades estão cada vez mais apinhadas de carros que circulam em estradas largas, roubando espaço aos passeios. Pior ainda, qualquer lugar é bom para estacionar um carro.

Devemos investir mais nos transportes públicos e, a par disso, desinvestir no transporte individual. As multas por estacionamento abusivo têm que aumentar e o valor por estacionar um carro no centro de uma cidade deve ser altamente proibitivo. As questões do trânsito têm que ser ligadas diretamente às questões do transporte coletivo de pessoas. O dinheiro das multas deve ser canalizado para melhorar autocarros, metros e elétricos ao mesmo tempo que se lhes baixam os preços.

Se falarmos dos transportes de longo curso, o problema é ainda mais gritante. Numa viagem de três pessoas entre Coimbra e Lisboa fica mais barato ir de carro do que de comboio. Ora, se no carro vou às horas que quiser, posso levar muita bagagem, não tenho que levar com pessoas a fazer barulho e a ressonar, demoro menos tempo e ainda por cima é mais barato, porque hei-de eu optar pelo comboio?

O certo é que não me parece que este caminho tenha retorno, pelo menos no imediato. Foram anos consecutivos a investir no asfalto e a deixar quieta a forma mais limpa, segura e confortável de viajar. Não há linhas de comboio novas e as que existem estão em péssimas condições. Basta uma ventania e lá se vão as cantenárias da Refer que deixam os comboios parados horas a fio na linha e fazem os passageiros jurarem que nunca mais vão apanhar um comboio.

Numa das últimas vezes que andei de comboio, optei pelo Alfa Pendular. Uma composição confortável, limpa e de altíssimo nível. O seu interior faz lembrar os aviões e o exterior um meio de transporte futurista. É, aliás, a imagem de marca da CP. E com razão, afinal é o comboio ideal para as dimensões geográficas do nosso país. Não precisamos de um TGV quando temos um comboio que circula a 220km/h em velocidade cruzeiro.

No entanto as condições deploráveis em que a Refer mantém as linhas férreas não permitem que esta máquina cumpra as suas funções. Nesta viagem que disse que fiz no Alfa Pendular foram raras as vezes que o mostrador apresentado aos passageiros indicou que o comboio circulava à velocidade máxima.

Se queremos cidades mais funcionais temos que penalizar quem emperra a engrenagem e beneficiar quem lhe dá óleo.