domingo, 22 de novembro de 2015

Não Há Segurança A Cima Da Liberdade

Vista de Paris a partir da Torre Eiffel em Fevereiro de 2012 ©Cláudia Paiva
Numa altura em que a Europa anda completamente desnorteada e sem saber se deve escolher a liberdade ou a segurança fiquemos com a frase do americano Benjamin Franklin:
"Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança."
É importante perceber que o preço a pagar por uma sociedade aberta, livre e justa pode ser, muitas vezes, morrer com um tiro na cabeça disparado por um louco que se aproveita da conjuntura da qual discorda para semear o medo.

Os indivíduos que espalharam o terror em Paris só o conseguiram fazer porque se aproveitaram das aberturas próprias de uma sociedade democrática e respeitadora da privacidade individual. Só o conseguiram fazer porque se aproveitaram da liberdade que os ofende. A liberdade que os irrita. A liberdade que faz de nós - ocidentais - uma sociedade mais evoluída.


Agora à que reagir. Voltar às esplanadas, aos concertos, aos jogos de futebol. À que voltar a ter liberdade. Não devemos olhar para os atentados terroristas como uma inevitabilidade. Há arestas que têm que ser limadas, sim! Mas não somos nós que estamos errados. O caminho certo é o da integração. É o de uma Europa mais unida. A Europa que os conterrâneos dos imbecis que nos atacaram escolhem para viver. Porque também eles querem ser livres. E não vejo outra forma de viver que não esta: livre e democrática!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Arquitetura De Coimbra

em Coimbra, Portugal

O "Anozero" arrancou no sábado (31 de outubro) e Coimbra passou a ter uma bienal de arte contemporânea. São mais de 30 exposições espalhadas por toda a cidade e em confronto direto com o património herdado que hoje é classificado pela UNESCO.

A convite da organização do "Anozero" - o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra -, faço parte deste grande evento com a colaboração na exposição "700+25 - A Arquitectura na UniverCidade". Aqui é possível olhar para Coimbra e destacar 25 edifícios que marcam uma nova época. São contemporâneos como todos os outros já foram e ainda são, mas destacam-se pela qualidade das linhas que os vincam.

700+25 é a idade da Universidade de Coimbra (UC) sendo que um quarto de século corresponde à idade do Departamento de Arquitetura da UC que, na opinião de Nuno Grande - um dos curadores desta exposição -, tem importância na qualidade das obras que se fizeram na cidade.

A minha colaboração nesta exposição prende-se com a produção de 27 vídeos sobre as obras destacadas na maquete com mais de 6 metros de comprimento e ilustradas com livros de obra.

Aqui ficam algumas fotos, os vídeos aparecerão mais tarde!
Arquiteto Sergio Fernandez, autor do projeto de requalificação do Mosteiro de Santa Clara A Velha
Arquiteto Alexandre Alves Costa, fundador do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e autor do projeto de requalificação do Mosteiro de Santa Clara A Velha
Edifícios destacados da Exposição 700+25, A Arquitectura da UniverCidade
Arquiteto Álvaro Siza Vieira, autor do Pavilhão de Portugal

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Os Títulos E Os Conteúdos

Na página da internet do Jornal de Notícias vi um artigo com o seguinte título: "Idosas saem de centro para dar lugar a refugiados". Ao longo da leitura ficamos com a ideia clara que um grupo de idosas foi dividido por vários lares e que estas estão muito desconsoladas com a situação. "Após décadas de vida, as sete idosas são obrigadas a refazer as rotinas. Já não vão ao pão a pé, acabam-se as conversas de circunstância na calçada histórica e a missa do Largo da Oliveira fica longe de mais para as voltar a ver. A convivência familiar que tinham passa a estar apenas na memória."

Quando chegamos ao antepenúltimo parágrafo percebemos claramente que o jornalista Delfim Machado escreveu esta notícia claramente com o objetivo de manipular a opinião pública dando a entender que esta "família" de idosas seria separada por causa dos refugiados quando, na realidade, "A decisão de transferência das mulheres foi motivada pela falta de condições do Recolhimento das Trinas para funcionar como Lar de Idosos."

Mais uma vez usa-se um título para fazer furor nas redes sociais e leva-se demasiado a sério um princípio ironizado do jornalismo que nos diz para não deixarmos que os factos nos estraguem uma boa história!