sábado, 29 de agosto de 2015

O PSD E As Prisões

Paulo Rangel, essa sereia livre do PPD, veio perguntar se “Alguém acredita que se PS fosse Governo havia um primeiro-ministro investigado?”
Eu não sei a resposta a essa pergunta, mas fico feliz pela insinuação. Afinal de contas já foi há muitos anos que um partido português teve verdadeira influência em prisões. Chamava-se União Nacional.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Peixoto E A Nossa Europa

José Luís Peixoto e a nossa Europa. Hoje na Visão.
(...) Hoje a União Europeia é uma enorme instituição económica. Aquela que sempre foi a prioridade, a criação de um mercado europeu, transformou-se no seu interesse exclusivo. Deixou de valer a pena fingir que há outras áreas de relevância. À volta desse espaço, construíram-se muros que condenam à morte milhares de homens, mulheres, crianças, vemo-los na televisão e temos pena até à notícia seguinte. 
 Esse mercado europeu, esse espaço tão vantajoso para alguns, é como o recreio de uma escola do tempo em que eu tinha onze anos, quando fazia trabalhos de grupo e ainda se desconhecia a palavra bullying: os mais velhos batem nos mais novos, os que têm sapatilhas de marca humilham os que têm sapatilhas da feira. (...)

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Os Jornalistas E A Imparcialidade

Os jornalistas andam a levar demasiado a sério o conceito de imparcialidade...

Mais Um Sinal Da Fraca União

A Europa continua (cada vez mais!) a ser invadida por não-europeus que fogem da guerra. Acontece que, por razões óbvias, estas pessoas não podem ser extraditadas para os seus países de origem.

Quando os migrantes chegam a um país da União Europeia devem ser registados e, de alguma forma, passam a estar vinculados a esse país.

Isto significa que se estas pessoas chegarem a outros países da UE, como a Alemanha e a França, e se não forem aceites podem ser extraditados... não para o seu país de origem, mas para o país que primeiro os recebeu aqui na Europa.

Merkel e Hollande já vieram pedir aos países do sul como a Grécia e a Itália para não descorarem este processo de registo. Estes senhores estão preocupados com os migrantes que podem chegar aos seus países, mas ignoram as dificuldades que os países que os estão a receber estão a atravessar. 

Porque será que é mais fácil encontrar consensos para que a Grécia, Portugal, Espanha, Itália etc. paguem o que devem à França e à Alemanha e é tão difícil chegar a uma política comum de partilha de responsabilidades e de atuação internacional?

Acho que sei a resposta, mas é tão óbvia que não vou dizer...

A Minha Avó E A Ministra Das Finanças

A minha avó é sportinguista tal como eu. Aqui há uns anos dizia que não gostava muito de futebol, mas quando o Sporting jogava ficava de orelhas arrebitadas. E ainda hoje fica.


A minha avó via os jogos e quando o equipamento da equipa adversária era semelhante ao da nossa, ficava um pouco confusa. Quando havia uma falta dentro da área a minha avó apressava-se a gritar penálti. Muitas vezes dizia-lhe que era contra o Sporting e então ela mudava de opinião afirmando: "nem lhe tocou".

Aquilo que importava na tomada de decisão dela não era a veracidade dos casos, mas sim se favoreciam ou prejudicavam a nossa equipa.

Lembrei-me deste episódio aproposito da mais recente argolada da ministra das finanças que criticou o programa do PS, mas ainda não o havia lido.

Tal como a minha avó, a ministra está formatada para achar uma proposta má se for ideia de um partido que não o seu. Está a ministra e estão todos os políticos em geral que antes de tomarem uma posição perguntam... Isto é ideia nossa ou dos outros?

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Vetusta Universidade

Vender postais na baixa da cidade de Coimbra é uma atividade que me lembro de ver desde o dia em que cá cheguei. Na realidade os estudantes que vestem capa e batina para desempenharem esta atividade não falam em venda, mas sim em oferta. Na realidade os turistas dão o que quiserem por um postalito e uma foto com o trajado.

Esta semana foi notícia uma ação policial que visou a identificação destes jovens. A Universidade, na pessoa do vice reitor Luís Filipe Menezes, criticou duramente a atividade que "prejudica a cidade e o turismo", pôs em causa os estudantes que vendem na baixa ("nem sei se eles são estudantes", disse o vice reitor à RUC) e ainda especulou sobre o destino que é dado ao dinheiro que os jovens angariam. Luís Filipe Menezes sugeriu ainda que, se estes jovens são verdadeiramente estudantes e carenciados, devem inscrever-se nos serviços de ação social da Universidade de Coimbra. E inscreverem-se para quê? Para venderem outras bugigangas, também trajados, mas na alta da cidade onde, presumo eu, esta atividade já não deva prejudicar a imagem da cidade e do turismo.

É também provável que o senhor vice reitor queira que estes jovens vão trabalhar para uma cantina onde o pagamento é feito por senhas de refeição. Ou seja, os estudantes trabalham a preparar refeições e no final do dia de trabalho vão esperar os outros estudantes, nas filas da cantina, para que possam fazer algum dinheiro com as senhas de refeição que lhes são atribuídas como salário.

A Universidade tem que ser menos hipócrita. Não há dinheiro para tudo, mas a falta dele não deve servir de desculpa para indignidades. O trabalho só é digno se fôr remunerado justamente!

p.s.: deixei esta mensagem no Facebook aos meus amigos que vendem postais na baixa:
Prezados colegas que andais a oferecer postais na baixa da cidade, aproveitai a vossa experiência e segui o conselho do Sr. Vice Reitor da vetusta Universidade de Coimbra e ide vender senhas de alimentação para a fila das cantinas depois de um dia a encher de atum e milho pão comprido com extremidades arredondadas. Só precisais de trocar a batina pela bata amarelada pelos resquícios de ovo cozido. Aproveitai a oportunidade. É um trabalho bem mais fresco!

Obama Acaba Bem


Capa da revista Courrier Internacional de dezembro de 2014 (nº226)
Em dezembro do ano passado a revista Courrier Internacional (Portugal) reuniu um conjunto de artigos de publicações estrangeiras sobre o período de governação de Barack Obama. A conclusão ficou vincada na capa em que o primeiro presidente negro da história da América aparecia cabisbaixo. "A última oportunidade" era o título da publicação e deixava evidente os degraus que Obama deixou de subir.

Num dos artigos traduzidos para a revista portuguesa dizia-se que "Obama pensava poder transformar a política e a sociedade americanas, mas pode não vir a ser lembrado como um grande chefe de estado". Quando colocado ao lado de outros chefes de estado, pensava-se que podia chegar ao nível de figuras como Kennedy ou Roosevelt, mas o Washington Post não perdoava: "Obama caiu tão baixo que os jornalistas se perguntam se Jimmy Carter não seria um paralelo mais adequado".


A verdade é que teve que governar um país debaixo de uma crise financeira sem precedentes, foi manietado por um congresso caprichoso e não podemos esquecer que o legado deixado pelo antecessor George W. Bush era desastroso.


Barack Obama conseguiu dar a volta por cima depois de se ver ultrapassado, enquanto potência económica, pela China. O gás de xisto deu um novo impulso à energia global e, de certa forma, deixou alguns dos países mais corruptos - e mais dependentes do petróleo - a fazer contas de cabeça e a mostrar ao mundo que quando o dinheiro falta é como quando se zangam as comadres: sabem-se as verdades e o povo revolta-se.


Pode dizer-se que o gás de xisto não foi feito de Obama. Até pode ter sido de Deus, mas ocorreu no seu mandato e, quer queiramos, quer não, mostrou ao mundo a pujança dos EUA e o seu domínio sobre a energia.


Mais recentemente Obama conseguiu, finalmente, os pins na lapela de que precisava para não voltar a ser comparado com os presidentes mais medíocres da história da América.


Este foi o homem que - aqui sim, sem rodriguinhos - tornou possível o hastear de uma bandeira dos Estados Unidos na capital de um dos seus mais hostis adversários: Havana.


Obama também encabeçou a vontade de mudar no casamento entre pessoas do mesmo sexo que agora já é permitido nos Estados Unidos. Tardou, mas foi!


O acordo nuclear ainda é embrionário, mas foi um passo histórico num mundo onde muitas vezes nem dialogar é possível.


Ficou a faltar Guantanamo. Façamos figas para que a intenção do presidente siga para bom porto. De facto, é de boas intenções que o inferno está cheio, mas se as intenções de Obama forem como as de Bush...


Texto originalmente publicado no site da SDDH\AAC

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O Marinho Quer Os Bolsos Cheínhos!

© RTP FREE CONTENTE LICENCE
O vulto da advocacia, da democracia e da demagogia, António Marinho e Pinto, muito provavelmente, não vai conseguir ser eleito deputado do parlamento português. O homem que critica os ordenados pornográficos dos deputados europeus, também já veio lamentar o baixo nível salarial dos deputados portugueses.

Critica, mas não abdica. É que Marinho tem a filha a estudar no estrangeiro e os tempos não estão fáceis.

Talvez por isso queira ir a eleições pelo círculo eleitoral de Coimbra no qual, com base nas últimas europeias, não terá votos suficientes para ser eleito.


Marinho está na linha do meu pensamento. Se existem círculos distritais, os cabeças de lista devem conhecer os distritos para que, em teoria, sejam fiéis representantes dos seus eleitores diretos.


Ora neste cenário Marinho Pinto está para o PDR (o partido que o antigo bastonário fundou para concorrer às legislativas) como Jerónimo de Sousa está para Os Verdes. É uma barriga de aluguer para que o cabeça de lista por Lisboa seja eleito.


Marinho não é pelos tachos, mas a sua figura (até podemos dizer marca!) está a conseguir formar um belo trem de cozinha.