domingo, 21 de junho de 2015

Ser Livre É Ser Europeu

Fotograma da reportagem "Fuga para a Frente" da jornalista da RTP Lavínia Leal
Acabo de ver na RTP Informação a reportagem "Fuga para a vida" da jornalista Lavínia Leal e confirmo uma opinião que já tinha há muito tempo: ser livre, é ser europeu.

Num período em que assinalamos (na minha opinião, comemoramos) a integração europeia e a adesão ao espaço schengen, muitas dúvidas se têm colocado quanto ao sucesso da inclusão do nosso país neste espaço comum.

Cada uma das pessoas que atravessa o Mediterrâneo, mesmo sabendo que é mais provável morrer do que chegar ao destino, é o rosto daquilo que a Europa sempre desejou e que conseguiu claramente: a paz.

Depois da queda do muro de Berlim, que oficialmente limpou da nossa geografia os fantasmas da Segunda Guerra Mundial, não mais os países europeus se defrontaram. Conseguiram até erguer um projeto comum de cooperação ao qual, sejamos realistas, falta solidariedade. Mas não nos esqueçamos que os mesmos países que hoje se sentam com regularidade à mesma mesa, são os mesmos que há 70 anos se agrediam violentamente.

Estas pessoas, como Ahmed ou Saeed, não têm algo que nós, deste lado, nos habituámos a desprezar: a paz. Por isso, mesmo estando a Europa a atravessar uma crise sem precedentes, é um destino de sonho para quem nada tem. Ou melhor, tem a morte no horizonte.

Nós, que tivemos a sorte de nascer do lado certo do Mediterrâneo, temos menos uma preocupação: a segurança. Vamos ocupar esse espaço livre com a integração destas pessoas que querem ser europeus como nós. Ao mesmo tempo, vamos pensar em conjunto na possibilidade de criar condições nos países de origem para que a morte no mar não seja a solução menos má destes seres humanos como nós.

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