A notícia das detenções na FIFA talvez não nos tenha surpreendido. Ou, se nos surpreendeu, foi pelo tempo que demorou a surgir. A verdade é que o mundo do futebol é muito mais do que a paixão que sentimos pelos nossos clubes ou pela seleção nacional. No entanto, indiretamente, também contribuímos para que o nojo que o futebol é hoje não seja limpo.
Caso contrário o Futebol Clube do Porto já não teria adeptos. É mais do que claro que a corrupção existiu no famoso processo "apito dourado" e, mesmo assim, continuamos a tolerar que as nossas equipas compitam na mesma liga que este clube do norte e, muitas vezes, até olhamos para ele com o respeito que um clube tão medalhado mereceria - caso os títulos tivessem sido ganhos com mérito.
Também nunca nos insurgimos contra as obras colossais que foram levadas a cabo no Brasil para a realização do último campeonato do mundo. Sabemos que aquele é um dos países mais desiguais do mundo, mesmo assim quando joga a seleção, deixamos as convicções de lado.
O futebol é um fenómeno que angaria para o seu núcleo intelectuais de todos os quadrantes que os fazem perder a racionalidade. Na semana passada, no Eixo do Mal da SIC Notícias, Pedro Marques Lopes, Portista ferrenho, tentou justificar a agressão do polícia de Guimarães a um adepto do Benfica desarmado. Apenas por ser benfiquista, concluo eu.
A importância que o futebol tem na sociedade é tão grande que deixámos de criticar atos de corrupção ou despesismo associados a este ópio do povo. Os clubes têm dividas astronómicas que, para além de não serem criticadas, ainda são aceites e quase que alimentadas com as quotas que cada sócio paga uma vez por mês.
É também curioso que Luís Figo surja no meio desta história como o grande homem que saiu do barco porque sabia que ele ia afundar-se. Basta pesquisar o binómio "Figo Sócrates" no Google que percebe-se de imediato que o histórico futebolista não é santo nenhum.
É também curioso que Luís Figo surja no meio desta história como o grande homem que saiu do barco porque sabia que ele ia afundar-se. Basta pesquisar o binómio "Figo Sócrates" no Google que percebe-se de imediato que o histórico futebolista não é santo nenhum.
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