© Ilustração de Faber, Luxemburgo |
Mal ele entra, a sala ilumina-se. Usa calças de caqui com muitos bolsos, cheios de biscoitos que distribui generosamente entre os miúdos de tez escura, quando sai numa das suas missões. (...) Que o torna tão especial? Não é apenas o passaporte e o facto de ter nascido no lugar certo. (...) O jornalista ocidental é o portador da luz da verdade que ilumina as trevas que não compreendemos. (...)
(...) As reportagens só adquirem sentido se forem narradas segundo o prisma da complexa personalidade do jornalista ocidental. (...)
(...) Tem estilo, sem ser um concorrente sexual ameaçador. É bonito sem ser giro e bem informado sem ser pretensioso. (...) passeia-se com o ar de quem sabe o que quer. (...)
(...) Porque és tão espetacular? Que devemos fazer para ficarmos parecidos contigo? (...)
(...) Longe vão os tempos em que a missão do jornalista ocidental era relatar factos e acontecimentos: hoje, ele ou ela têm de ser a encarnação da vocação humanitária que caracteriza a cultura ocidental contemporânea. Nós, os outros, ainda estamos longe disso.(...)
Ironia do cronista iraquiano-libanês, Karl Sharro, publicada no blogue Karl Remarks. Traduzida para a revista Courrier Internacional (nº231\maio2015) por Fernanda Barão.
Karl Remarks é o blogue em língua inglesa mais lido no médio oriente. O autor do blogue (e deste texto) vive em Londres.
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