domingo, 30 de novembro de 2014

Pelo Sim Pelo Não

Ricardo Salgado foi dono e senhor de Portugal. Era-o por ser homem forte de um dos maiores grupos económicos e de um dos mais antigos bancos e, sendo conhecido como dono disto tudo, tinha poderes que até à bem pouco tempo eram desconhecidos ou, pelo menos, discretos.

Falo neste cidadão porque para além da distinção de DDT (oficiosa) tinha ainda várias distinções pomposas de melhor banqueiro (oficial). Também o BES, banco que liderava, tinha as melhores classificações em Rankings nacionais e internacionais. Essas distinções vieram a revelar-se inúteis e, algumas delas, até fraudulentas.

Por via de dúvidas, os bancos - eles próprios - estão a precaver-se destas distinções. Como quem diz: "ganhámos o prémio, mas se isto der para o torto, não temos nada a ver com isso". É o caso do BIG que, consagrado pela 7ª vez "Melhor Banco" pela revista Exame, deixa claro que "Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidade que o atribuiu".

Jornal Expresso de 29-11-14

sábado, 4 de outubro de 2014

Publireportagem?

Hoje li o Diário As Beiras. Mais uma vez não gostei do que estava impresso naquelas páginas e decidi enviar um email ao diretor. Aqui fica:


Caro Diretor do Jornal Diário As Beiras Agostinho Franklin,


Envio esta mensagem para dar conhecimento do meu descontentamento por aquilo que considero ser um desrespeito total pelos leitores, pelo jornalismo de qualidade e, acima de tudo, pela liberdade de imprensa.

Não sou leitor assíduo do Jornal Diário As Beiras por considerar que o rigor exigido a um jornal local não é, nem de longe nem de perto, atingido pela vossa publicação.Esta minha conclusão assenta num sem-número de vezes que tive em minha posse o referido periódico - porque o encontro em estabelecimentos comerciais ou porque é distribuído com o Expresso (jornal que compro semanalmente) - e que fiquei baralhado com o que ia lendo. 

Não sabia se aquele conjunto de palavras era uma reportagem sobre o Licor Beirão ou se era um anúncio publicitário. Não sabia se aquelas fotos da inauguração da nova clínica da SanFil na "Coimbra Fotográfica" eram uma escolha editorial ou uma escolha comercial. Não sabia se aquele pequeno texto sobre o novo restaurante do Bar Rock Planet era uma inserção de um jornalista ou de um marqueteiro.

Tem-se falado no jornalismo de proximidade e na "clareira" que existe no jornalismo regional atual. Acredito que novos projetos sérios podem surgir para captar leitores e devolver ao jornalismo a condição de negócio rentável sem a qual não conseguirá libertar-se da meia dúzia de interesses instalados.

Acredito que a qualidade é o escape do jornalismo. Só a qualidade pode conferir importância e criar um verdadeiro quarto poder livre.

Os jornais são ainda - ao contrário do que muitos querem fazer querer - um elemento fundamental na disseminação de informação. Se, por um lado, os jornais de informação nacional transportam as notícias importantes do país embora um pouco distantes da realidade de quem as lê, por outro lado, os jornais locais veiculam notícias que influenciam a vida dos seus leitores quase imediatamente.
É urgente dar ao jornalismo regional a verdadeira importância que ele tem. É urgente ser claro e voltar a erguer o muro que foi sendo construído e que agora parece estar a perder mais tijolos. É urgente erguer o muro que separa a redação do departamento comercial.

Não espero resposta, espero conseguir dirigir-me - daqui a algum tempo - a um quiosque e dizer: "era o Diário As Beiras se faz favor..."

Cordialmente,
Diogo Pereira

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Culpa É Do Jornalismo

Dediquei uma parte substancial do ano 2013 a trabalhar num documentário sobre o Futuro do Jornalismo. Coloquei questões a pessoas que, de alguma forma estão ligadas ao jornalismo, e tentei chegar à conclusão óbvia: como vai ser o jornalismo daqui a uns anos. Não consegui uma resposta clara. Há quem esteja otimista e há quem esteja pessimista, no entanto todos chegaram à conclusão de que o jornalismo vive uma das piores fases da sua história.

Depois de terminar e apresentar este trabalho continuei a pensar no assunto. "Quando for grande" quero ser jornalista e, logicamente, o tema interessa-me. Cheguei a algumas conclusões. A principal de todas é que a culpa da crise do jornalismo é do próprio jornalismo.

Ora vejamos, os jornalistas não são mais do que pés de microfone. O jornalismo não procura a notícia. A notícia é que procura o jornalismo. Falamos nas redes sociais e nas formas de como as entidades (sejam elas quais forem) conseguem chegar aos seus públicos através do facebook, twitter, sites poderosos e até mesmo canais de televisão. No entanto, o jornalismo não sofre pela existência destes meios mas por os replicar insistentemente.

Se Cavaco Silva escreve uma mensagem no seu mural de Facebook, todos os órgãos de comunicação social escrevem sobre o post presidencial. 

Se o Presidente do Porto, Benfica ou Sporting falam aos canais dos respetivos clubes, estas entrevistas são automaticamente transformadas em notícias de todos os órgãos de comunicação social. 

Se o Ricardo Araújo Pereira chama todos os jornalistas para estarem na TVI, mesmo sem dizer o objetivo da conferência de imprensa, lá estão todos os jornalistas prontos para esticar o microfone e fazer um artigo no dia seguinte.

Se o Paulo Portas decide fazer uma "conferência de imprensa" mesmo sem dar direito a que os jornalistas coloquem questões, lá estão as televisões todas a fazer diretos, muitas vezes sem sonharem com os conteúdos das mensagens proferidas.

O problema do jornalismo é grave. Muito grave mesmo. O jornalismo serve para perscrutar toda a informação. Para além disto, só uma entrevista feita por jornalistas "a sério" pode ter um objetivo claro de informar. Porque quando o Júlio Magalhães entrevista o Pinto da Costa no Porto Canal (sem sabermos bem se o está a fazer para o Porto Canal Generalista ou para o Porto Canal oficial do FCP) fica no ar a dúvida sobre o objetivo daquela entrevista que os órgãos de comunicação social vão imediatamente replicar.

Mas os males não vêm apenas de fora para dentro do jornalismo. O jornalismo é hábil na sua autodestruição. É nos principais blocos informativos das televisões generalistas que vemos os cancros a infetarem o sistema imunitário do já doente quarto poder. Marques Mendes é o mensageiro, ou melhor, o vidente e José Sócrates a voz da sua própria defesa e dos seus.

O jornalismo ainda tem poder. Só este facto justifica a necessidade constante de muitos quererem estar presentes em jornais, rádios ou televisões para além dos seus blogues ou páginas sociais. Mas com o avanço brutal do acesso à produção de informação, muito em breve o jornalismo estará trucidado.

Não sou um Profeta nem um fiel depositário da tão aguardada solução para o modelo de negócio do jornalismo do futuro mas creio que o jornalismo deve voltar a ser um verdadeiro poder. O poder da Liberdade. Deve controlar o que publica e apostar na qualidade. Prefiro pouco e bom. E a Democracia também preferirá.

domingo, 28 de setembro de 2014

Haja Solidariedade Na Europa


David Cameron tem andado a dormir mal. No início de 2013 encheu o peito de ar e tentou fingir que era um estadista querendo o melhor para os cidadãos que representa. Para isso prometeu fazer um referendo onde os britânicos pudessem decidir sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.

Acontece que, talvez por motivos semelhantes, também uma grande parte dos cidadãos escoceses não queriam continuar no Reino de David.

Os escoceses independentes passariam a ter domínio sobre os seus próprios impostos, controlariam a exportação de petróleo do mar do norte e passariam a ser, segundo algumas estimativas, a 14ª potência mundial. Por outro lado, deixavam de pagar a grande dívida criada pelas outras nações irresponsáveis que compõem o Reino Unido. Só vantagens, afinal de contas ninguém tem que limpar a sujidade dos outros.

Olhando por este prisma, e tal como Salmond tem mais do que motivos para abandonar o Reino, Cameron tem motivos mais do que suficientes para querer que o Reino Unido saia da UE. A irresponsabilidade e ingovernabilidade de países como Portugal, Espanha ou Grécia não podem pôr em causa a grande potência, quiçá império, Britânica.

Ás voltas com estas questões do paga quem tem que pagar e recebe quem tem que receber andam também outras regiões de países que integram a União Europeia. São exemplo disso a Catalunha, em Espanha (que, por exemplo, exporta 26% do total de exportações espanholas) ou a Flandres, na Bélgica (que exporta 79% do total de mercadorias exportadas pela Bélgica).

Todos estes casos têm em comum a falta de solidariedade entre pessoas que têm mais em comum do que simplesmente o passaporte. Aquilo que está em causa não são questões relacionadas com direitos básicos mas simplesmente questões economicistas. Não interessa a cultura ou o bem comum. Interessa o próprio umbigo e o bem individual. Que sociedade é esta que, quando se vê confrontada com dificuldades, não é capaz de as partilhar para que seja menos mal para cada um?

P.S.: É importante salientar que, no caso do referendo na Escócia, a democracia mostrou o seu verdadeiro poder. Não ganhou o “não”. Ganhou a sociedade escocesa que não quis faltar a um momento de importância crucial para si próprios e para o resto do globo. Saíram todos à rua (84,5% dos eleitores foram votar). É a vontade de todos a definir as fronteiras que a vontade de meia dúzia definiu há uns séculos.

Texto originalmente publicado no site da Secção de Desfesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Boa Notícia: Portugal Descobriu Como Acabar Com Regimes Ditatoriais

O nosso pequeno país, insignificante economicamente (não produz petróleo!), é, ficámos a saber recentemente, o pioneiro na luta contra regimes liderados por tiranos claramente agressores de todos os direitos humanos. Esta notícia foi-nos avançada pelo homem máximo da nação. Não, não foi Ricardo Salgado, foi Cavaco Silva que afirmou que a entrada da Guiné Equatorial na CPLP iria melhorar a débil situação dos seres humanos que por lá residem. Viva! Quando conseguirmos convencer a Coreia do Norte a entrar ganharemos um Nobel.


Como não estou tão confiante como Cavaco Silva, e uma vez que já pusemos a “pata na poça”, o melhor é esquecer que a Guiné Equatorial ocupa o 136º lugar no índice de desenvolvimento humano, tem 19% de crianças subnutridas, é o 163º país no índice de corrupção e que uma em cada oito crianças não chega a completar os cinco anos de idade porque morre com problemas de saúde e aproveitar a sua produção diária de mais de 500 mil barris de petróleo e os mais de 100 milhões de euros prontinhos a financiar o BANIF que tanto precisa.


A CPLP tem um potencial económico poderosíssimo. Estima-se que em 2020 passe a ser o 4º maior produtor de petróleo do mundo. Mais uma boa notícia. A União Europeia já pode bater o pé à opressora Rússia que tem aumentado o preço do gás natural e até fechado as torneiras ao velho continente.

A última boa notícia, e que nos deve deixar o peito cheio de ar, é que com o tipo de português que se fala na Guiné Equatorial a nossa língua é a segunda mais falada no mundo.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A Semana Santa De Sevilha

em Sevilha, Espanha

Toda a Espanha vive um periodo especial na Semana Santa que antecede a Páscoa. Sevilha, a sul do país destaca-se. As procissões com os grandes andores carregados por dezenas de homens e seguidos por largas centenas de Nazarenos são o pretexto para que milhares de pessoas rumem à capital da Andaluzia.
Soube que há 3 anos que as comemorações não se realizavam porque a meteorologia não permitia, por isso este era um ano ainda mais importante. As questões meteorológicas são mais relevantes quando ficamos a saber que estes homens e mulheres dedicam uma boa parte do seu ano a treinar para que tudo corra bem neste dia. Para que tudo pare para os ver passar numa caminhada que dura largas horas.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Os Donos Da Liberdade

Abril é o mês mais importante da história recente de Portugal. Pelo menos é o que aponta um estudo feito pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. A Revolução dos Cravos é, para 59% dos inquiridos, mais importante do que a entrada de Portugal na CEE, a Batalha de Aljubarrota ou até mesmo a chegada de Vasco da Gama à Índia.

Talvez por tudo isto esteja a ser dada tanta importância aos Capitães de Abril que fizeram a Revolução, com a ajuda dos militares e do povo e que querem falar na Assembleia da República. Todos nós devemos muito a estes homens que deram um passo importantíssimo para que, por exemplo, possa estar a escrever este texto no entanto a ideia de liberdade deles parece muito diferente da minha. Estes senhores querem ser donos do regime e dizem que não se revêm com o atual rumo político do país. Ora eu, utilizo as mesmas palavras de Assunção Esteves na Assembleia da República: problema deles.

Os militares em geral e os Capitães de Abril em particular têm que chegar à conclusão que um regime democrático é isto. É o bom e o mau, é a concordância e a discordância é, no fundo, aceitar qualquer decisão tomada democraticamente mesmo que ela não nos agrade.

Os tempos não estão famosos. Muitos de nós discordamos das linhas orientadores deste e dos últimos governos por isso vamos fazer aquilo que há 40 anos nos passou a ser permitido: perguntar, refutar, discutir e votar. Ninguém é dono do regime. Os tempos de vassalagem já lá vão.

Texto originalmente publicado no site da Secção de Desfesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra.

domingo, 13 de abril de 2014

Todos Temos Direito A Ser Informados

O Jornalismo, assim como outras (quase todas) áreas de negócio, está a atravessar uma crise formidável. Não há quem note um modelo de negócio sustentável e, paulatinamente, o jornalismo está a deixar de dar lucro. O que fazer para reverter esta situação? A transferência das notícias para a internet e os dispositivos móveis parece ser a solução. O consumo deste tipo de dispositivos está a aumentar exponencialmente e a familiaridade dos jovens é evidente. O problema coloca-se nas idades mais avançadas.

Com esta migração de suportes estamos a pôr em causa um dos pilares da democracia expressos, inclusivamente, na Constituição da República Portuguesa (CRP). De acordo com o artigo 37º da CRP “Todos têm o direito de [...] informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações”.


Pode não parecer evidente mas, grosso modo, metade da população portuguesa não sabe “ir à net” e aqui está o problema. Com a transferência da informação para os dispositivos electrónicos estamos a inibir uma boa parte da população de aceder à informação e, assim, a violar um dos seus direitos fundamentais.


Quando falamos no futuro do jornalismo há sempre a tendência de desviar as atenções no que diz respeito aos suportes. “Não há necessidade de falar no desaparecimentos dos jornais. O suporte não é importante, o que é importante é a qualidade da informação.” Dizem os profissionais e até alguns “especialistas”. Na minha opinião a questão dos suportes é muito importante. É necessário discuti-la porque, e referindo-me apenas a Portugal, o jornal de papel ainda leva notícias aos locais mais isolados do país e mesmo nas grandes cidades os idosos ou sabem das notícias pelo velhinho jornal de papel ou não sabem de todo.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

As Belas Artes Da Complutense De Madrid

em Faculdade de Belas Artes, Madrid, Espanha
A Universidade Complutense de Madrid (UCM) dá aulas a cerca de 80 mil alunos (a maior Universidade de Portugal - Universidade de Lisboa - tem cerca de 48 mil alunos). É uma autêntica fábrica de formação superior com 26 faculdades, mais de 200 departamentos e 49 institutos universitários. É a maior da Península Ibérica.
Uma das faculdades da UCM que me surpreendeu foi a Faculdade de Belas Artes. Visitei esta faculdade para assistir a um concerto de Jazz e, no final do evento, decidi procurar o que estava para além da entrada clean.
Portas de salas de aula, elevadores, escadas, chão, espelhos, lavatórios e até sanitas. Um autêntico mural publico. Todos escrevem, desenham ou riscam. É preciso tinta e é preciso espaço porque já não há muito. Entre os riscos sem significado evidente até aos riscos com formas conhecidas fico com a ideia de vandalismo ou até mesmo de que estou num edifício abandonado. Mas a realidade é que é aqui que os estudantes de belas artes ganham inspiração.



quinta-feira, 3 de abril de 2014

125 Anos Para A Rainha De Paris

em Paris, França

No passado dia 31 de Março o monumento mais emblemático de Paris completou a bonita idade de 125 anos. Quando lá estive, à cerca de dois anos, não lhe dediquei nenhum post. Mas agora quero partilhar, pelo menos, uma fotografia. Toda a gente sabe a história da Torre de Paris. Toda a gente sabe que ela foi montada para a Exposição Universal de 1889. Toda a gente sabe que haveria de ser desmontada e nunca foi.
A Dama de Ferro de Paris não teve direito a festa de aniversário porque a realidade é que a Torre Eifel é sempre uma festa.

domingo, 30 de março de 2014

Ir De Tapas

em Madrid, Espanha
Há experiências que não se têm todos os dias e uma vez que estou em Madrid. Sou Madrileno.
Aproveitando um fim de semana de visita de uns amigos potugueses à capital espanhola não poderíamos deixar passar a oportunidade de comer o que de mais tradicional Madrid tem.
Juntamente com outros estrangeiros que estavam de passagem pegámos em 10€ e fomos até aquilo que em Portugal chamaríamos de Tasca. Na realidade é um restaurante, longo em comprimento, no qual as pessoas se vão sentando ou vão ficando de pé, foi o nosso caso. Depois escolhemos entre sangria, tinto de verano - que é uma espécie de sangria mas sem frutos - ou cerveja. A partir daqui tudo o que acontecer está fora do nosso controlo. Enquanto a jarra não ficar vazia os pratos também não ficam porque a comida vai surgindo.
As mais destacadas são as batatas bravas. Umas batatas com molho picante, muito picante, de fazer ir ao copo muitas vezes. Vão surgindo também uma espécie de croquetes não muito bem identificáveis acompanhados por pequenos pedaços de tortilha. Como se não bastasse vão ainda surgindo também fatias de pão com os mais diferentes petiscos em cima: desde presunto, queijo, fiambre... Um mimo para o colesterol.
É preciso falar alto, muito alto porque os espanhóis são assim, sem constrangimentos ou vergonhas. Barulhentos por natureza.
Outra particularidade: na mesa só há comida e bebida. Todo o lixo, como guardanapos ou palitos vão parar ao chão. Ninguém ocupa mais espaço do que o essencial.

sábado, 29 de março de 2014

O Teatro Do Fundo Da Minha Rua

em Madrid, Espanha
No dia 27 de Março foi dia mundial do teatro. Há ideias nebulosas sobre os primórdios desta arte mas desconhece-se a época exata em que ele nasceu. Na realidade esta será uma das mais antigas artes existentes. O Teatro é tudo e todos somos atores.
Não podia deixar passar este dia sem o assinalar. Ou até podia, mas não seria a mesma coisa.
Aqui em Madrid houve uma grande promoção a este dia, ou melhor, à noite dos teatros que prometia entradas com valores muito acessíveis para que todos os madrilenos, ao menos neste dia, pudessem tomar contacto com a arte de Shakespear (uma delas).
Não sei quantos teatros há em Madrid. Fiz uma pesquisa na interntet e também não fiquei a conhecer o número exato. Apenas que são muitos. De acordo com as coordenadas do Google Maps mais de 200 certamente.
Para quê procurar freneticamente se a resposta às nossas perguntas pode estar debaixo do nosso nariz, ou melhor, no fundo da nossa rua?
Os Teatros do Canal estão bem no fundo da minha rua, em Madrid, e neste dia mundial do Teatro ofereceram uma visita encenada gratuita.

Às cinco em ponto lá estamos para começar a viagem por este moderno espaço, inaugurado no bairro de Chamberi em 2009. Os torniquetes abrem-se quando uns dez minutos depois da hora um assistente nos recebe. Somos uns trinta visitantes e ele faz-nos prometer uma série de regras que, em voz alta e de mão no ar, alto e bom som, vamos repetindo à medida que o simpático assistente as vai proferindo.



Subimos ao primeiro andar e encontramos mais uma personagem. Esta parece uma atriz saída da idade média. Uma dama de vestido comprido, cor de rosa, cabelo encaracolado e cara lisa.
Faz referência à arquitetura moderna com elementos em madeira e vidro, muito vidro. Mesmo num dia de nuvens como este 27 de Março a luz da rua é quase toda aproveitada. Insiste para que saibamos o nome do arquiteto: Juan Navarro Baldeweg.


A primeira paragem sentada faz-se na sala vermelha. A modernidade impera. Estamos perante um luxuoso espaço que homenageia o teatro. São 863 lugares para disfrutar de espetáculos altamente auxiliados pela tecnologia. Aqui podem fazer-se para além de peças teatrais, concertos ou projeções cinematográficas. É na sala vermelha que vamos encontrar mais um guia. Este parece aterrorizador. É o fantasma dos teatros do canal.

Saídos da sala vermelha voltamos a parar no meio do caminho para olharmos para o alto das paredes do edifício e congratular a arquitetura de Juan Navarro Baldeweg.


Caminhando mais um pouco, não muito, conhecemos a sala verde. Um pouco mais pequena do que a vermelha mas esta com mais capacidades. A plateia pode transformar-se para que, à semelhança da sala vermelha, se alinhe em plateia à italiana (em que o público está à frente do palco) ou para que o palco fique transformado num autêntico ring de boxe com público por todos os lados.

Na reta final da visita aos teatros do canal conhecemos ainda o centro de dança. Um centro de excelência também ele com capacidades arquitectónicas à sua medida.

A visita aos Teatros do Canal terminou com um "cheirinho" do ensaio do típico Flamenco espanhol.

sábado, 22 de março de 2014

Aula Aberta No Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra

em Coimbra, Portugal
O convite surgiu de alguém que não conhecia: o Professor Pedro Jerónimo. O objetivo: dar uma aula aberta no Instituto Superior Miguel Torga, em Coimbra onde é docente. O propósito: o documentário que realizei.
Aceitado que foi o desafio aqui ficam alguns elementos do evento como fotos e cartaz...
Fotografia tirada no decorrer da aula aberta

Destaque do "Diário de Coimbra" do dia 20.3.14 e cartaz do evento

Entrevista dada à TV AAC no final da aula aberta

quarta-feira, 19 de março de 2014

Podemos Deixar Morrer A Mais Antiga Profissão?

O “Jornalismo é a mais velha profissão, mesmo mais velha que a outra”. Quem o diz é Mário Zambujal. E eu pergunto: podemos deixar morrer a mais antiga profissão?

Fiz este trabalho essencialmente com dois objetivos. Em primeiro lugar porque me estou a licenciar em jornalismo e como é meu objetivo fazer disto profissão achei por bem fazer uma apalpação do terreno para saber com o que posso contar no futuro. Em segundo lugar vi no conceito entrevista o pretexto ideal para conversar com pessoas que, de outra forma talvez fosse mais complicado.

Na realidade as conclusões não foram as mais animadoras: ganha-se mal no jornalismo e ele está quase a desaparecer.

Respondendo à pergunta com que iniciei este conjunto de palavras acho que não podemos deixar morrer esta profissão. 

A liberdade (pela qual não lutei) sabe-me bem. Gosto de poder escrever sobre as atrocidades Russas e dizer que o Passos Coelho é um mau governante sem ter medo de ser preso, ou pior, levar um pontapé. Falar sobre as atrocidades Russas e dizer mal do Passos não é possível apenas porque vivemos em liberdade, aliás só a liberdade é que permite que o Passos seja primeiro ministro. O que permite tomar posições, criticar e, em último recurso, julgar, é o acesso à informação, e esse acesso apenas se consegue porque existem jornais (poucos), televisões, rádios e internet(s). Na realidade tudo isto é uma pescadinha de rabo na boca. Há informação porque há liberdade e há liberdade porque há informação.

A informação que nos permite tomar decisões acertadas e dizer que o Passos é mau (ou bom) primeiro ministro tem sempre que ser uma informação profissional porque só os profissionais é que têm faculdades para a desenvolverem. Acontece que, na atualidade, qualquer um que tenha acesso à internet pode ser jornalista. O grande problema é que o público em geral, essencialmente os mais novos que sempre estiveram habituados à ideia de liberdade total, não vêm qualquer diferença entre o site “Tá Bonito” e o site “Público.pt”. Sem desprimor para os conteúdos de um ou de outro convínhamos que a informação responsável é a do segundo. No segundo podemos responsabilizar o autor da informação porque aquilo é a profissão dele. Ele tem deveres públicos.

Para que o jornalismo continue a ser a mais velha profissão e não acabe é preciso consciencializar o público para a necessidade de pagar os seus conteúdos. Só assim retiramos importância à publicidade nos jornais e garantimos que o direito constitucional de “ser informados” se mantém.

domingo, 16 de março de 2014

O Teleférico De Madrid ▷

em Madrid, Espanha
Dizem eles que é onde conseguimos as melhores panorâmicas de Madrid. Não é uma mentira total. Mas quase. Do Teleférico de Madrid conseguimos ver os arranha-céus da capital espanhola mas, na realidade não de forma muito clara. Talvez quem tenha uma câmara de grande resolução, como aquelas dos repórteres fotográficos dos estádios, consiga ver qualquer coisinha com nitidez. Ainda assim confesso: é um bom passeio de domingo e não é muito dispendioso. Passa pouco dos cinco euros a viagem de ida e volta. Mas ir e voltar para onde? Para uma zona verde muito perto da cidade: Casa de Campo. Poderíamos ir de metro: gastaríamos menos e não teríamos a desculpa do factor subterrâneo porque esta parte da linha é à superfície mas chegar através dos cabos também não é mau.
A Casa de Campo faz lembrar uma zona rural, distante do frenesim citadino. Há árvores, muitas árvores, um lago, pessoas em piqueniques e do alto do teleférico avistam-se coelhos. Uns a andar, outros a correr e alguns até sentados com as patas dianteiras no ar como que a dizer adeus aos turistas que passam nas cabines azuis, com nuvens brancas ilustradas.
A viagem dura cerca de dez minutos. Chegados a Casa de Campo, saímos do Teleférico e damos um passeio pelo parque. Avistamos, a uns cinco minutos de caminho, o Parque de Atrações de Madrid. Ao longe apenas conseguimos ver as montanhas russas. Parecem assustadoras. Ouvem-se os gritos dos mais afoitos. Junto de nós há crianças que se divertem e adultos que aproveitam o dia de sol num dos pedaços sombrios de relva.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Tudo O Que Se Passa Passa Na TSF (2)

em TSF, Porto, Portugal
O relógio marca 4:30, é de noite lá fora e os três jornalistas já estão na redação. O primeiro noticiário transmitido em direto do Porto só começa às seis da manhã mas o trabalho de recolha de informação começa muito antes disso. Artur Carvalho, editor dos noticiários da hora certa indica-me o caminho para a sala da videoconferência e confidencia-me, em tom de brincadeira: “eles não estão muito bem dispostos, ninguém pode estar bem disposto a trabalhar numa segunda feira a estas horas”.


Com o apoio da tecnologia começa a primeira reunião do dia com a sede da TSF em Lisboa. Aqui alinham-se as primeiras notícias do dia através da análise daquilo que foram os noticiários do dia anterior. “Não há grande coisa hoje” lamenta uma jornalista do lado de lá do ecrã, “é por ser segunda feira” conclui a jornalista Leonor Martins que tem a seu cargo os noticiários das meias horas.


Os primeiros noticiários do dia são feitos a partir dos estúdios da delegação da TSF do Porto, na Trindade. O edifício do nortenho Jornal de Notícias é também a casa da rádio que vai até ao fim da rua ou até ao fim do mundo para contar uma boa estória.

“O mais difícil é o horário” confidencia-nos Leonor Martins que vai passando os olhos pelos jornais que acabaram de chegar pela mão do senhor Fernando, o funcionário que também faz um percurso diário, antes do sol nascer, para apanhar todos os jornalistas do turno da manhã, nas suas casas, e os deixar na TSF antes das quatro e meia da manhã, “é uma importante ajuda porque assim não há desculpa para adormecermos ou chegarmos atrasados” refere Artur Carvalho, entre um sorriso interrompido por um bocejo enquanto escreve os títulos das primeiras notícias do dia.



A máquina de cápsulas não para durante toda a manhã, é a ajuda imprescindível para que os profissionais se mantenham de olhos abertos. Com o copo de café na mão e em frente ao computador vão trocando algumas impressões sobre a atualidade e sobre a fraca quantidade de assuntos para tratar nesta manhã de segunda feira.

Bem perto das sete da manhã, Artur Carvalho espera que a impressora da redação imprima todos os textos para o primeiro noticiário e convida-me a assistir ao trabalho em direto no estúdio. “Aqui é o programa informático que alinha os sons [com depoimentos] que vão entrar e aqui é o chat onde estou a conversar com o animador de Lisboa que me vai apresentar e que no final do noticiário vai continuar a emissão”, explica o editor apontando para o computador. No estúdio uma televisão sintonizada na SIC Notícias e um relógio digital informam que está eminente o começo da transmissão. A revolta na Turquia é o tema central do dia e o noticiário começa com os últimos desenvolvimentos e inclui declarações de um professor universitário que contextualiza o tema.

À saída do estúdio o jornalista cruza-se com o técnico responsável que lhe diz que tudo correu dentro dos parâmetros técnicos normais, ainda assim a presença do técnico é dispensável para o decorrer do noticiário, uma vez que o jornalista tem todos os comandos à sua frente e é ele que conduz as operações. A figura do técnico é importante sim na hora de fazer o tratamento dos sons e de os alinhar no programa informático para que o jornalista os possa lançar depois.

A delegação da TSF na invicta parece uma rádio pirata, embora esteja instalada no edifício do Jornal de Notícias a entrada faz-se pela garagem. Caminha-se um pouco e depois encontra-se a entrada, não é um sítio fácil, parece obscuro, algo ilegal. No interior notam-se os 25 anos nas paredes decoradas com pósteres da seleção nacional de futebol amarelecidos e muitos motivos de publicidade e com inscrições de slogans míticos da TSF. Na entrada para o corredor de acesso aos 4 estúdios pode ler-se “tudo o que se passa, passa na TSF”. Há várias televisões sintonizadas nos três canais de informação mais mediáticos de Portugal e no decorrer de cada noticiário um dos jornalistas coloca os headphones e ouve a emissão das concorrentes para perceber o que é notícia nas outras sintonias. Não faltam jornais do dia, e de outros dias nem café, muito café que vai sendo consumido à medida que o sono pede.

As únicas pausas destes jornalistas são para fumar. De quando em vez lá vão até à porta da rua – não se pode fumar na redação – para “dar uns bafos rápidos porque há muito trabalho” afirma Leonor Martins. E depois volta-se para a frente do computador porque a cada 30 minutos a TSF entra no ar para dar as últimas.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Uma Definição Para Redes Sociais E Jornalismo

O jornalismo já não é feito apenas por jornalistas para o público. Agora a fronteira que separa do jornalista do cidadão que se quer manter informado é cada vez mais ténue. Temos assistido, nos últimos anos, a uma entrada dos meios de comunicação social, não só na internet como, dentro da internet, nas redes sociais: facebook, twitter ou até mesmo o youtube são exemplos disso. Estes espaços públicos onde parece estar toda a gente, são cada vez mais apetecíveis para os órgãos de comunicação social uma vez que através deles conseguem promover o seu trabalho mas também conseguem fontes de informação de grande utilidade. O público não quer apenas ser informado, também quer informar e, na realidade, há sempre alguém que viu primeiro ou viu melhor: porque não aproveitar este contributo? 

Quando falamos em redes sociais e jornalismo concebemos uma relação de troca de informações, ainda assim, mesmo antes da fixação do público em frente aos ecrãs dos computadores, smartphones e tablets esta troca de informações já existia e o público já conseguia falar com os órgãos de comunicação social através de telefones ou das míticas cartas ao diretor. Para Lopez agora há novas formas e mais rápidas. “o que é realmente novo é a superação de novas barreiras, principalmente as tecnológicas e novas possibilidades que se abrem na atualidade para a participação dos usuários no processo de produção de informação.” [LOPEZ: 2007]. A ideia de que o público pode e consegue participar no processo de produção de uma notícia é o que de realmente novo as redes sociais vieram trazer e, com isso, mudaram por completo as formas tradicionais de fazer jornalismo: “a audiência deixou de ser passiva” [PAVLIK: 2001]. Como se a inovação não bastasse, ela mostra-se fértil uma vez que não é difícil que um cidadão comum se possa transformar numa espécie de jornalista: 

“A tecnologia deu-nos um kit de ferramentas para a comunicação que permite a qualquer um tornar-se um jornalista a baixo custo e, na teoria, com alcance global. Nada disto teria sido possível no passado.” [GILMOR: 2004] 

“Existe um novo tipo de público, interessado em participar de várias maneiras, partilhando informação e, ao mesmo tempo, disposto a desenvolver matérias informativas” [LOPEZ: 2007] 

Com todas estas possibilidades ao serviço do jornalismo impõe-se uma pergunta fatal: continuaram a existir jornalistas profissionais? Pode dizer-se que esta é uma pergunta que tem estado na mesa desde que os públicos começaram a participar no processo de produção de notícias mas, principalmente, a partir do momento em que começaram, eles próprios a produzir informação. Nesta questão Edo é perentório e considera a expressão “jornalismo cidadão pouco feliz, que não reflete a realidade.” 

“O jornalismo exige níveis cultural e ético adequados, a capacidade de trabalho e de síntese, linguagem adequada, persistência, fontes seguras e contrastadas, uma empresa confiável para garantir a precisão e as estruturas de trabalho profissionais. Mas também é verdade que neste contexto, os jornalistas têm que assumir novos desafios e aumentar seu nível de trabalho, além de coordenar o fluxo de informações com a demanda de qualidade, com modelos textuais que forneçam os géneros e com rigor para colocar o selo de autenticidade”. [EDO: 2007] 

Para a investigadora Ana Bambilha as redes sociais assentam em três vertentes: 

“Na apuração (busca por fontes, personagens, pautas, testemunhos, opiniões); na veiculação (linguagem adequada aos medias sociais, grupos e momentos certos para divulgação de determinadas notícias); e no feedback / relacionamento com o publico (aproveitar a quantidade de informação espontânea e gratuita para melhorar o trabalho” [BAMBILHA: 2010] 

O Twitter tem ganho, nos Estados Unidos da América – não há estudos que demonstrem se esta tendência também se verifica em Portugal – mais fãs em deterimento do Facebook que se apresenta como a rede social com mais utilizadores (1000 milhões de utilizadores ativos no Facebook, 200 milhões no Twitter). Os adolescentes são os que mais se queixam das restrições de privacidade impostas pela rede social de Marck Zuckerberg e estão a transferir-se para o Twitter que, segundo o seu co-fundador, Bizz Stone “é uma rede de informação muito rica para informar em tempo real. A nossa ideia é que essa informação chega a todos a quem possa interessar, é nisso que estamos a focar-nos.” 

Numa observação que a investigadora Kárita Cristina Francisco fez da utilização das redes sócias por dois órgãos de comunicação portugueses – o Jornal de Notícias e o Público – concluiu que 

“o uso do Twitter e do Facebook pelo Jornal de Notícias e pelo Público visa especificamente a divulgao de notícias, por se tratar de um perfil de uma empresa de comunicação e que de acordo com Recuero (2009) estaria em busca de valores como autoridade e reputação”. [FRANCISCO: 2012] 

As redes sociais estão presentes e para ficar no quotidiano dos jornalistas e os profissionais da comunicação têm tentado controlar os efeitos colaterais que estes novos meios podem causar. Veja-se o caso de uma jornalista da CNN que foi despedida depois de publicar a sua opinião numa rede social. É importante olharmos para as redes como praças públicas onde tudo o que é dito pode ter uma projeção global e chegar a milhões de pessoas. Também por isso, José Alberto Carvalho, quando era diretor de informação da RTP criou um conjunto de nove regras que os jornalistas deveriam seguir quando usassem da palavra no Twitter ou Facebook. “A autoridade tradicional do profissional formado está sob o desafio de amadores dotados sejam eles blogueiros em Gaza ou Twitters em Mumbai” [MCNAIR: 2009]. As prespetivas para o jornalismo na rede não parecem ser famosas mas devem ser enfrentadas como um repto para uma maior e melhor profissão.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Com Que Linhas Se Cose O Futuro Do Jornalismo? ▷




Em tempos de mudança também o Jornalismo sofre com os novos hábitos. Leitores, ouvintes ou telespetadores passaram a chamar-se apenas consumidores de informação e alguns casos são eles próprios os jornalistas. O Jornalismo tem vindo a revelar-se um negócio não rentável. Há cada vez menos jornais a circular e cada vez mais utilizadores de internet.



Nesta reportagem são abordados diferentes temas sobre o futuro do quarto poder através de entrevistas aos atores do momento.

Miguel Sousa Tavares, ex-jornalista e comentador político não acredita na maturidade da informação online e defende que os jornais deveriam ser só papel.

Bábara Reis, diretora do Jornal Público está convicta de que os sites vão começar a dar dinheiro aos órgãos de comunicação social.

Emídio Rangel, fundador da SIC e da TSF está cada vez mais de pé atrás relativamente aos profissionais que hoje veiculam notícias e afirma que a qualidade do jornalismo tem vindo a decair enormemente nos últimos anos.

João Paulo Meneses, editor de online da TSF, olha a internet como uma ameaça aos meios tradicionais e às formas de se fazer jornalismo.

João Figueira, professor de Jornalismo na Universidade de Coimbra alerta para a necessidade de se pensar no jornalismo a nível global e chama atenção para a queda do número de profissionais nas redações ao mesmo tempo que crescem os especialistas em comunicação empresarial.

Helder Bastos, Professor de Jornalismo na Universidade do Porto faz uma análise ao modelo de negócio que ainda não descolou e que põe em causa o futuro da profissão.

Carlos Camponez, Professor de Jornalismo na Universidade de Coimbra não acredita no fim da profissão porque isso pode pôr em causa a própria democracia.

Não Aconteceu. Está a Acontecer mostra com que linhas se cose o futuro do jornalismo em Portugal.