quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Cidade Da Segunda Universidade

em Évora, Portugal
Bulha de António Teixeira Lopes
Museu de Évora
Pacatez é um adjetivo que define Évora. Não há grandes azáfamas, nem grandes preocupações. Podemos fazer um paralelismo fácil com a zona pouco dada a correrias que é o Alentejo. Nem mesmo por ser fim de semana de festa académica notamos algum sinal de "metropolismo", embora Évora tenha sido, em tempos, uma metrópole eclesiástica onde a corte tinha residência temporária, o que, por si só, foram argumentos suficientes para ali nascer, em 1559, a segunda universidade portuguesa, com o objetivo de servir o sul da nação.
Talvez pelo Marquês de Pombal ter feito a instituição fechar, durante mais de 200 anos, as tradições académicas parecem um pouco distantes das da mais antiga academia portuguesa - a Universidade de Coimbra. Ali são os estudantes finalistas que são atirados para a água pelos próprios familiares e as fitas que levam nas pastas são compradas e escritas pelas pessoas mais próximas do estudante.
Mas vamos olhar agora para aquilo que são as atrações turísticas da cidade.
Catedrais e igrejas são quantas quisermos, o pior vem quando queremos entrar e somos barrados se não tivermos um bilhete. Ordens de Deus, quem sabe, mas Évora será uma das mais caras cidades para se visitar. Borlas apenas em dois locais. No Museu de Évora, que é gratuito por se tratar de um domingo de manha e que vale a pena visitar. Segundo o sítio web da instituição são mais de 20 mil as obras que se podem visitar no seu interior. As escavações arqueológicas e a extinção das ordens religiosas foram os principais contributos para o crescimento das obras de pintura, escultura e arqueologia. Por outro lado as invasões francesas contribuiriam, através dos seus saques, para uma redução significativa nas coleções de numismática. Como não podia deixar de ser a pré-história e o período romano são os grandes enfoques do Museu de Évora.
A Capela dos Ossos é o outro lugar que estava com entrada gratuita. Até parece mentira, os placars de anúncio a este monumento anunciavam uma entrada paga e, imagine-se, um preço para que os responsáveis concedessem autorização para que os turistas pudessem tirar fotografias: nada disto se verificou.
Não podia terminar este texto sem falar no Templo de Diana, que também se pode visitar de forma gratuita, mas talvez porque se encontra no meio de uma praça. Não ficaria surpreendido se estivesse em estudo uma cobertura deste monumento milenar para que, também daqui, se começassem a extrair dividendos.