sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Associativismo ≠ Tachismo?

em Faculdade De Ciências E Tecnologia Da Universidade De Coimbra, Coimbra, Portugal

O Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra (FCTUC) recebeu a palestra "Um outro olhar sobre... Associativismo". A iniciativa do Núcleo de Estudantes de Engenharia Mecânica da Associação Académica de Coimbra (NEEMAAC) colocou na mesma mesa o Professor Rogério Leal, Provedor do Estudante da UC, Eduardo Melo, antigo presidente da Direção Geral (DG) da AAC, Norberto Pires, Professor da FCTUC, Nuno Quitério, Fundador da NEEMAAC, Samuel Vilela, atual vice presidente da DGAAC e Frederico Teixeira, representante da European Students of Industrial Engineering and Management (ESIEM).

Rogério Leal
Para promover esta iniciativa o NEEMAAC apostou numa estratégia de marketing que passava por tentar esclarecer as diferenças entre o Associativismo e o chamado "Tachismo". Numa academia onde muitos são aqueles que se envolvem de forma ativa na vida pública - não só na política como também em associações culturais ou desportivas - o provedor do Estudante da UC traçou um perfil do "típico tachista", Rogério Leal afirma que todos os estudantes que "clara e friamente" se envolvem em actividades associativas apenas para obterem benefícios próprios e para "ganharem qualquer coisa sem nada investirem" são os tachistas. Por outro lado e defendendo a posição daqueles que escolhem fazer actividades extracurriculares, Leal sublinha que a maioria dos dirigentes associativos não estão nos cargos para obter benefícios próprios, mas sim porque a actividade lhes dá prazer, ainda assim "como em todo lado há bom e mau", conclui. Com experiência associativa dos tempos de estudante, o provedor refere-se à questão do processo de Bolonha como uma mais valia porque "assim os alunos são obrigados a gerir de forma mais eficaz o seu tempo".

Norberto Pires
O Professor da FCTUC é claro ao afirmar que "o que mais há é tempo" para desenvolver actividades fora da sala de aula e acredita que as empresas valorizam de forma muito significativa as experiências associativas dos candidatos a empregos. Na discussão do processo de Bolonha e na análise aos problemas que este traz ao Associativismo, Norberto Pires, partilha a opinião de Rogério Leal e vai mais longe ao dizer que "é mais importante gerir o tempo que o próprio dinheiro" e não deixa de dar uma dica ouvida atentamente pela audiência presente no auditório do DEM: "é prioritário aprender mas também é prioritário acumular experiência extracurricular".

Eduardo Melo
O estudante da UC que viveu na pele os problemas e regalias de ser dirigente associativo ao mais alto nivel coloca no Processo de Bolonha a responsabilidade da "degradação" das actividades extracurriculares motivada pela falta de tempo. O anterior presidente da DG transportou a sua própria experiência para o debate e confessou que quando decidiu exercer o cargo máximo da AAC ficou convencido de que teria que passar um ano letivo sem ter notas positivas na maioria das cadeiras e foi o que aconteceu. "Fiz um cadeia [no ano em que fui presidente]", desabafa. 

Samuel Vilela
O atual vice presidente da DG aproveitou o evento promovido pelo NEEMAAC para convidar os estudantes presentes a participarem no Associativismo Académico mais propriamente na AAC onde pode encontrar dezenas de secções culturais e desportivas. Quando confrontado com questões relacionadas com o seu mandato na mais antiga academia portuguesa, nomeadamente alegadas faltas no pagamento de verbas a algumas secções desportivas, Samuel Vilela defende a sua equipa com a situação económica do país e atrasos de pagamentos à própria Académica.

Frederico Teixeira
"As empresas vêm com muito bons olhos os estudantes que se envolvem no Associativismo Académico", esclarece Frederico Teixeira que se posicionou no debate como conhecedor do mercado uma vez que interage frequentemente com ele no exercício das suas funções na ESIEM.

Nuno Quitério
Conhecedor na primeira pessoa do que é o Associativismo Académico aquele que é um dos oito fundadores do NEEMAAC, não tem dúvidas relativamente à importância das aulas na formação académica de um estudante, mas também não se mostra reticente na hora ao afirmar que "as associações dão capacidades e competências ao nível da cidadania que um curso universitário não consegue dar".

O evento teve como principal objetivo aproximar os estudantes do associativismo académico e mais propriamente da Associação Académica de Coimbra propondo uma escolha consciente depois de se ouvirem os prós e contras desta atividade tão conhecida dentro da academia e tão desejada por muitos e odiada por outros tantos.
FOTOGRAFIA: pin de lapela com o logo da Associação Académica de Coimbra

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